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Friday 21 September 2012

Minha História - Parte 4 - Correndo da Policia



Minha História - Parte 4

Algumas semanas depois que ele morreu, Daiane nasceu, foi a sua última filha.
Como meu pai faleceu, meu tio se tornou nosso tutor legal, ele era muito bom para nós, ele trabalhava em outra cidade e às vezes só vinha para casa nos fins de semana, ele costumava nos trazer presentes e se fossemos bem na escola, ele nós tudo o que pedisse-mos no Natal.

Eu sonhava em ir para a Universidade e estudar psicologia, meu tio era bacharel no assunto e eu gostava de conversar com as pessoas e ouvir os seus problemas, mas a verdade é que eu usava uma máscara, vivia de aparência, com tudo dentro de mim, desde a morte do pai eu tentei prosseguir, mas eu sentia como se um pedaço de mim foi tirado.

Como qualquer garoto naquela idade me tornei muito interessado em sexo, os outros meninos falavam sobre suas experiências, naquela época não havia acesso à internet, portanto, utilizava-mos revistas com fotos de mulheres nuas e tentava-mos alugar filmes pornográficos, isto me levou a experimentar muitas coisas sexualmente, coisas que eu lamento profundamente.

Um dia um amigo (Adriano) desafiou-me a dar em cima de uma certa garota no bairro, eu acho que eu tinha 14 anos e ela tinha 12 anos, mas minha mentalidade era mais velha, eu tive que amadurecer para ajudar meus irmãos e minha avó. Eu odiava meninas que se comportavam infantilmente, mas ele me disse: "ela gosta de você", eu disse de nenhuma maneira eu sairia com essa garota. Como ele continuou insistindo, me aproximei dela e beijei-a, ela se surpreendeu com a minha coragem e disse que iria sair comigo, mas eu tinha que falar com sua mãe primeiro.

Falei com a mãe dela, ela sabia que nós dois estávamos muito jovem, sua filha estava dando muito problema no momento, mas ela permitiu-nos namorar, mas tinha que ser no portão da casa, pois sua mãe a dona da casa e ela não tinha um bom relacionamento com a mãe.

Provavelmente, você pode ver no que eu fui me meter, a partir desse dia, minha vida começou a mudar ainda mais, não para melhor, mas para pior.

Minha namorada não estava vivendo com seu pai, ela foi criada por sua mãe, às vezes ela viaja-va para ver o pai na capital.

Sua família era uma bagunça, eu me lembro uma vez que sua avó disse para a sua mãe: "Sua filha vai fazer com você, como você está fazendo comigo", e assim foi, havia brigas constante em sua casa, ela tinha acabado de romper com outro rapaz antes de eu vir e demorou um longo tempo para nos ajeitarmos.

Nós morava-mos tão perto, que do meu quintal eu poderia ver seu quarto, eu ia todos os dias para a casa dela. Lembro-me que sentava-mos na porta e conversava-mos sobre problemas durante horas e horas, ela ficava me dizendo como sua vida era miserável, eu era mais um amigo do que um namorado, havia dias em que ela dizia que ela nem sabia se realmente me amava etc ...

Foi quando eu comecei a me sentir muito em baixo, mas eu escondia minhas emoções muito bem. Eu comecei a escrever o meu próprio diário onde eu escrevia poemas deprimentes e minhas atividades diárias, lembro-me que eu não conseguia dormir à noite, então eu costumava ouvir canções de amor até que eu caísse no sono.

Em busca de felicidade eu comecei a ir aos bailes mais frequentemente, como meu pai tinha uma reputação eu entrava em baladas mesmo sendo menor de idade.

Eu comecei o meu próprio grupo, onde eu, meu irmão e alguns amigos formamos o Forrogode Júnior, tivemos um show na Igreja Católica local para a comunidade, e todas as meninas enlouqueceram.

Logo eu e minha namorada começamos a discutir quase todos os dias, as pessoas diziam para ela que eu não era o cara certo para ela, eu saia todo fim de semana e ela não podia, eles diziam-lhe histórias sobre as coisas que eu supostamente estava fazendo.

Meu amigo Adriano, que tinha me introduzido a ela também era seu primo, ele estava lhe dizendo coisas por trás de mim.

Eu e Adriano éramos bons amigos e saíamos muito juntos, ele tinha sua garota e eu tinha a minha, mas quando estavam na rua nós desafiávamos uns aos outros para ver quem poderia ficar com mais meninas, a única que nunca poderíamos envolver-se, era com a namorada um do outro,  eu esqueci o que eu tinha prometido a mim mesmo e estava sendo como meu pai.

Às vezes, as meninas vinham para a minha rua procurando por mim e minha namorada estava lá e eu ainda assim arrumava uma maneira de sair com as outras meninas, eu estava me tornando um mulherengo como meu pai.

Um novo ritmo estava sendo introduzido nos clubes e em vez de Samba fiquei preso ao Funk carioca.

Havia uma gangue na área com os caras mais velhos e nós decidimos começar a nossa Comando Morro do Ataufo, eram um grupo de jovens que tentavam ser bad boys baseado na música, e no que aprendíamos com os caras mais velhos.

Eu costumava lutar Capoeira (dança brasileira e Artes Marciais) então eu comecei a envolver-se em brigas, embora eu tentava evitar como eu nunca foi uma pessoa violenta, as músicas, a gangue e a amargura da morte do meu pai foi me transformando.

Eu comecei a envolver me em brigas só para mostrar para os outros caras, eu me lembro uma vez em que começa-mos a gritar o nosso grito de guerra, e eu peguei um cara inocente e dei um chute de karatê apenas para me mostrar.

Então eu comecei a beber bebidas álcoolicas, e usar cheiro da loló, uma substância proibida que usava-mos para ficar doidos.

Nós juntamos alguns rapazes de uma gangue de perto e fomos para invadir outra área, como nós éramos um grupo grande, usamos fogos de artifício para assustar os outros, então eles iriam pensar que estávamos atirando neles, mas para nossa surpresa os traficantes da área se envolveram e começoram a atirar de verdade contra nós. Quando começamos a correr a policia foi chamada e começou a perseguir-nos,  Eu, Adriano e Jeferson meu irmão estavamos envolvido, eu me lembro que corria pelo cemitério, com a polícia e a quadrilha rival perseguindo e atirando em nós ...

Continuando depois...

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